Nunca faço balanços de fim de ano. Não acho bem nem acho
mal. Não me interessa. Olho ou tento olhar em frente.
Com os livros o mesmo. Sei quantos li este ano que está
prestes a terminar. Quantos foram em comparação com o anterior, e até com o
outro antes. Guardo registos mas não me colo a eles. Ler muitos livros não quer
dizer que tenha sido bom, e poucos podem ser muitos; ou ler cinquenta livros de
cem páginas não será o mesmo que ler vinte livros de duzentas e cinquenta
páginas? Tudo é relativo. Menos uma coisa: não há quantidade que supere a
qualidade.
E nos livros a qualidade é o que me preenche, me realiza,
me pode até sufocar e deprimir, que a minha felicidade como leitora depende
muitas vezes de um livro que arranha por dentro, tira o sono e me faz sentir
viva.
Este ano foi muito bom. Como leitora estou no caminho que
quero estar. Desafio-me. Entrego-me. Procuro coisas novas e diferentes (mesmo
com muitos anos um livro tem a magia de poder ser sempre novo para quem o lê
pela primeira vez). E é neste caminho de descobertas que me quero manter. E
avançar. Das novidades à relíquia no fundo da gaveta de um amigo, tudo me pode
interessar. O próximo livro tem de ser melhor. Se não for, e acontece, será o
seguinte. Este é o meu mote, aquilo a que me agarro quando a desilusão chega,
as páginas se multiplicam e nunca mais chego ao fim. Quando assim é normalmente
não chego ao fim. Não nascemos um para o outro querido livro, tu e eu, ficamos
por aqui.
Li mais do que um livro por semana em média. Que supera a
espécie de objectivo que me vou impondo ano a ano. Não aumento o objectivo.
Para quê? Para ler a correr? Para chegar primeiro? Não é uma corrida, é um
prazer. Que seria de mim se não lesse infinitas vezes aquela passagem que
sublinho e assinalo, onde volto dezenas de vezes antes de o livro terminar, que
me faz respirar fundo, fechar os olhos e sorrir. E viajar. E de repente soa o
cronómetro que já ultrapassaste o tempo máximo por página. Não, obrigada.
Respeito todas as correrias e maratonas. Entro em muitas.
Demasiadas. Por isso leio com o ritmo que o livro me obriga. Por vezes leio bem
rápido, mas é sempre o livro que manda. Deixo-me levar e subjugar, mas acima de
tudo, guiar pela perfeição das palavras, dando o mérito a quem teve o dom de as
perfilar da forma certa a serem intrigantes, românticas, envolventes,
acutilantes, belas, frias ou ardentes.
Mas a verdade, é que depois disto tudo, sinto que os
livros que li em 2014 são poucos. Serão sempre poucos para quem tem tanta
vontade de ler muitos.
Em 2015 quero ler.
É mesmo assim Márcia. Já eu em 2015 vou continuar a seguir as tuas sugestões (talvez pegue, finalmente, no Outlander) e a ler as tuas opiniões. Bom ano de leituras, miúda :)
ResponderEliminarObrigada Patrícia. Eu seguirei as tuas. Beijos e livros!
ResponderEliminarExcelente texto!
ResponderEliminarQue em 2015 possas ler todos os livros que desejas.
Bjs.
Muito obrigada Teresa. Ler todos os livros é missão impossível! :)
ResponderEliminarBoas leituras!