“Esse
meu filho, o Francisco, sempre foi ensimesmado, assim meio, como dizer, talvez
alheado do mundo. Nisso, ele saía a mim, mas às vezes até parecia que não
sentia as coisas como nós outros. Mas ao contrário de mim, que só aprendi as
primeiras letras, o Francisco teve sempre uma loucura pelos livros: lia tudo o
que conseguia encontrar, leu toda a pequena biblioteca de Medronhais, posta à
disposição do povo pelo Dr. Chagas, e todos os livros que lhe emprestassem. Mas
qualquer coisa de estranho lhe deviam fazer os livros, pois a verdade é que,
quanto mais lia, menos falava, como se só lhe interessasse conversar com as
pessoas que estavam dentro dos livros.” (Madrugada Suja, pág.38)
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