As andorinhas morreram todas esta noite.
Domingo triste sem os sons das crias no ninho e os
voos das barrigas brancas acima dos meus olhos à janela. Não tive companhia
hoje cedo. As leituras de Domingo são, agora, ainda mais sós.
Há silêncio. Mas ouço claramente os guinchos do
ataque. Há sons que nos perseguem, que persistem, que fazem casa dentro dos
ouvidos. E eu ouço o medo dentro do ninho. O alerta para o morcego do lado de
fora. E eu, dentro do meu ninho, também tive medo do rato com asas colado à
parede. E não fiz nada senão afligir-me da selva a acontecer na minha varanda.
O meu Inverno começou esta noite. Morreram as
andorinhas, acabou-se a minha Primavera.
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