Os livros levam-nos um ao outro, disse ele. E
eu fiquei a tarde toda a pensar nisso. Frase bonita, disse eu. Mas é pouco,
apenas duas palavras que não chegam para o que eu gosto do caminho para ele.
Poderá o longe diminuir com os livros que nos
guiam? Os que lemos à noite no silêncio dos olhos que olham livros e tudo o que
mais podem, para guardar o perfil e o gesto, o sorriso, e as palavras dentro
dos olhos. As que dissemos sem pensar. As que pensamos e não diremos. Mas que
podemos escrever e guardar escondido. Ou dar. Sem medo que fiquem para sempre,
mesmo depois de tudo passar.
E quando passar, pode ser que os livros nos
levem, outra vez, um ao outro.
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