quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Anti-balanço



Todos os anos, pelo final do ano, são divulgados inúmeros balanços, relatórios, pontuações e demais listas acerca de quase tudo o que de relevante se passou no ano que finda.
No meu caso estou mais atenta ao que se diz e escreve sobre livros. E muita coisa se relata. Nos blogues de livros é comum o balanço do número de livros lidos e as expetativas do número de livros a ler no ano prestes a começar. Depois há o ranking dos livros melhores, o favorito do ano e os que se lhe seguem.
Não é que ache mal e não pretendo opinar sobre tais descrições, eu própria já as fiz em anos anteriores. Mas este ano estou farta dessas contagens, pura e simplesmente não me apetece contar ou medir o número de palavras que li. Na verdade, este ano foram muitas as que deixei de ler, pelos vários livros que não concluí. Eliminei a culpa do livro inacabado, o peso na consciência de não ter levado uma leitura até ao fim. Se não me interessa deixo de lado, se não me emociona desisto. Há tantos livros bons à espera de serem lidos, que o tempo me ensinou a evitar torturas desnecessárias. O tempo que já passou e também o tempo que há-de vir, que não quero encurtar com leituras perdidas.
Gosto de poder dizer que li 52 livros num ano. Dá uma média de 1 livro por semana, o que me parece muito bom para quem, como eu, tem uma atividade profissional exigente e completamente descontextualizada dos livros. Sinto-me feliz por, mais um ano passado ter ultrapassado essa marca. Li pouco mais de 52 mas para mim é muito bom, não vale a pena empreender projetos megalómanos que só iriam acabar por me enlouquecer de frustração. Certamente iria acabar por ler à pressa esquecendo que o objetivo da leitura é enriquecimento interior, e não uma maratona ou competição com números de que acabaria por me tornar escrava.
Assim, em 2013, quero ler. Apenas ler com prazer e gosto livros que me marquem e façam feliz, livros que me ensinem e façam questionar. Quero ignorar rótulos e ler o que der vontade, de livros premiados a romances da treta, desde que cada virar de página me faça feliz.
Quero poder ler livros mais antigos, alguns que tenho na estante há anos e ainda não peguei porque se calhar cedo com facilidade a novidades, e me deixo levar por campanhas de marketing, capas bonitas e opiniões “exageradamente” boas. Fraquezas…afinal sou um ser humano.
Quero conhecer mais pessoas que gostem de livros, falar com elas e opinar, discutir e aprender. Descobrir novos autores. Ir a Feiras do Livro. Poder continuar a comprar livros, pelo menos de vez em quando, que só quem conhece este amor aos livros sabe a sensação de sair de uma livraria de mãos a abanar…
Quero ler melhor, em voz alta e em público, perdendo a vergonha e adquirindo técnica. E, acima de tudo, divertir-me ao fazê-lo. Por isso faço parte deste fantástico Clube de Leitura e desejo continuar.
E escrever. Escrever sobre livros, encher uma folha em branco de tudo o que senti ao ler um livro. O meu pequeno tributo escrito a esse objeto que me preenche enquanto leio, e que povoa a minha mente e os meus pensamentos mesmo nas horas que não estou a ler.
Quero ler sempre mais mesmo que o número de livros lidos seja cada ano menos. O que importa é o que fica, o que passa a fazer parte de mim.

domingo, 23 de dezembro de 2012

O que é a cultura hoje?


"A cultura pode ser experimentação e reflexão, pensamento e sonho, paixão e poesia e uma revisão crítica constante e profunda de todas as certezas, convicções, teorias e crenças. Mas ela não pode afastar-se da vida real, da vida verdadeira, da vida vivida, que nunca é a dos lugares-comuns, a do artifício, do sofisma e do jogo, sem o risco de se desintegrar. Posso parecer pessimista, mas a minha impressão é que , com uma irresponsabilidade tão grande como a nossa irreprimível vocação para o jogo e a diversão, fizemos da cultura um desses vistosos mas frágeis castelos construídos sobre a areia que se desfazem ao primeiro golpe de vento." (Pág. 70)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Ler sem obrigação


"Outras Cores" é um livro em que ocasionalmente pego e escolho, meio à sorte, um texto para ler. Separados por temas, são alguns apontamentos que me têm dado a conhecer Orhan Pamuk, ainda que não tenha lido nenhum dos seus romances.
Sem pressas nem culpas de ter uma leitura sempre inacabada, sem saber se lerei todo o livro ou apenas trechos, vou-me maravilhando com passagens como esta:

"Levar um bom livro no bolso ou na mochila, particularmente em alturas de tristeza, é estar em posse de um outro mundo, um mundo que pode trazer-nos felicidade." (Pág.122)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Tempo Contado - Um livro que está a ser uma fantástica descoberta


"O meu sonho? Fazer explodir em formas e volumes, em cores, em imagens, o torvelinho dos pensamentos e das sensações. Mas o destino mandou que me fossem dadas apenas as palavras, matéria efémera cuja forma é sempre uma ilusão; com um significado tão delicado que um olhar alheio já basta para que mude; matéria fluída, instável, em constante rebeldia.
O escrever será a busca de mim mesmo que o espírito me impõe, uma tentativa de explicação, a única possibilidade de tornar suportável o caos do meu íntimo. Mas conhecendo a fragilidade das palavras, as mais das vezes a escrita surge-me como uma actividade fútil, uma insensatez igual à de querer subir uma duna de areia movediça." (Pág. 91)

Um diário a ler com calma. Para saborear.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Dar livros


Livros são o melhor presente que há. Gosto de os receber mas também gosto de oferecer. Exceto quando me pedem para dar um dos meus livros. Sentimento de posse? Sem dúvida. Os meus livros são objetos emocionais, mesmo os que não gostei têm o seu lugar na estante, o seu espaço especial na minha vida.
Desde há umas semanas que tenho alimentado um desafio, tornar-me mais desprendida e dar um livro. Um dos meus livros. A ideia não foi minha. Também não me foi imposta. Foi habilmente sugerida, sem pressões, que é a melhor forma de por alguém a pensar, como uma semente que se aloja na mente e germina algumas ideias.
Na última sessão do Clube de Leitura trocámos livros. Quem quis levou um livro para dar. Eu levei. Percorri o caminho da dúvida. Primeiro pensei em não levar. Depois questionei-me para o que seria e imaginei campanhas de angariação de livros para escolas e/ou países distantes, para crianças que nunca leram um livro. E aqui deixei-me levar pelo altruísmo. Tretas. Que eu continuava sem querer dar livro nenhum.
Mas o mais óbvio e lógico seria que o livro fosse para trocar entre nós, membros do Clube. Haveria mais alguém a sofrer de “possessão de livros crónica” como eu? Ai só de imaginar toda a gente a partilhar livros alegremente e eu ficar de fora também me desanimava…
Então pensei em escolher um livro mau para levar. Daqueles mesmo intragáveis, que detestei e deixei a meio, de que não fosse sentir muito a falta. Mas esta ideia não avançou. Não poderia dar um livro com tanta energia negativa a alguém, mesmo que o novo dono viesse a gostar dele eu não ficaria bem comigo.
Decidi não pensar mais nisso. Se sentia que esta oferta não me daria prazer, não deveria avançar para esse suposto estádio de libertador desprendimento. A verdade é que não me sentia nada liberta, estava cada vez mais doente com a ideia.
Na véspera olhei para a estante. E decidi. Dar um livro. Dos meus. Experimentar. Escolhi um bom livro: “História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar”, de Luís Sepúlveda. Tinha dois, fiquei com uma edição mais recente, ilustrada. E dei, dei um livro. Não doeu. Não doeu demasiado. Além disso ganhei um livro, pois tratava-se realmente de uma sessão de trocas. Calhou-me um livro que já tenho, “Desgraça” de J.M.Coetzee. Há coisas caricatas, consegui ficar outra vez com um livro repetido!
Nota: no final da sessão troquei o livro com outra pessoa; uma espécie de exorcismo dos livros repetidos.

"A Vida de Pi" - Para refletir


"Pode ficar surpreendido por num tão curto período de tempo eu ter passado de chorar a morte tapada de um peixe-voador, a matar jubilosamente uma dourada à martelada. Eu podia explicar isso argumentando que aproveitar uma lastimável erro de navegação de um peixe-voador pôs-me tímido e pesaroso, enquanto a excitação de capturar activamente uma grande dourada me tornou sanguinário e seguro de mim. Mas de facto a explicação é outra. É simples e brutal: uma pessoa pode habituar-se a tudo, até a matar." (Pág. 205).

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"O Lugar das Coisas" - Um poema de que gostei particularmante


"Dizem que depois deste ainda há outro mundo
E que do outro lado, a vida nos espera
Para ser enfim uma eternidade
Recheada de felicidade,
Mas eu não sei,
Eu sei lá,
Se tudo isto é verdade,
Acho é que quem fala assim da vida,
Desperdiça os dias que anda por cá,
Perdido no espectáculo desta pura maravilha."

O Lugar das Coisas - Miguel Almeida, pág. 158

domingo, 2 de dezembro de 2012

O Favorito do mês - Novembro 2012


Este mês dois livros como favoritos. Ambos de Mario Vargas Llosa e com ligação entre si. Li os dois de seguida. Deliciei-me. Recomendo muito: Opinião "Elogio da Madrasta"; Opinião "Os Cadernos de Dom Rigoberto".

Novos Habitantes - Novembro 2012


Três livrinhos novos, dois já estão lidos. A minha descoberta de Mário Zambujal (tarde, eu sei) e o prazer de ler Mario Vargas Llosa! A Lesley Pearse está à espera...

domingo, 25 de novembro de 2012

Sessão do Clube de Leitura - Tema "Cheiros"

Na passada quarta-feira, dia 21 de Novembro, participei em mais uma sessão do Clube de Leitura, projeto a que me decidi juntar. Ler em voz alta é uma experiência nova para mim. Está a ser diferente, divertido e enriquecedor.
O tema desta sessão foi "Cheiros" e li um texto escrito por mim, que aqui partilho.
Deixo também uma foto dos presentes neste dia e o link do blogue do Clube que convido a visitas regulares.


Cheiros

"Tema fácil. Foi o que pensei quando soube o tema para mais uma sessão do Clube de Leitura. Há com certeza muitos livros de onde posso retirar excertos adequados.
Pensei em “O Perfume” de Patrick Süskind, um dos livros que mais estimulam a mente através do nariz, não necessariamente pelo lado mais agradável, mas achei que não seria a única a pensar nisso. E desisti.
Pensei em livros de viagens, pelos odores diferentes que os novos ambientes nos fazem sentir; lembrei-me da Ásia, com flores e plantas exóticas, com cheiros tão diferentes que, até hoje, só senti através de descrições.
Adoro comer. Inevitavelmente pensei em livros de culinária. Descrever uma receita talvez? Deixar o grupo a salivar imaginando o cheirinho das mais apetitosas iguarias?
Depois surgiu-me. Do nada. Como se fosse óbvio e devesse ter pensado logo neles. Nos livros. No cheiro dos livros.
Nada se compara ao cheiro de um livro novo. Quando se abre pela primeira vez e as folhas fazem aquele barulhinho a separar-se. Inevitavelmente encosto ao ouvido e aprecio. Ao mesmo tempo deixo que se liberte o cheiro característico, fecho os olhos e imagino folhas contínuas de livros na gráfica, a guilhotina, o produto final. O livro. Novo.
O cheiro dos livros usados ou mesmo velhos não é menos admirável. Transmite a história das mãos por onde passaram, dos olhos que os leram, das estantes que habitaram, das casas onde viveram. Observadores de vidas, de discussões a cenas de amor, presentes nas casas de família ou no T0 de um leitor solitário. Mais uma vez fecho os olhos, respiro fundo, e imagino o caminho percorrido por um livro, e os percursos de entretenimento que as suas palavras proporcionaram.
Agora fico triste. Por pensar que podem deixar de existir livros e que não posso cheirar um e-book. Que bom que é deixar de ter problemas de espaço físico para os arrumar, ou deixar de ter dores nas costas por os carregar para todo lado. Mas que falta faz deixar de sonhar através do cheiro. Do cheiro dos livros."


sábado, 24 de novembro de 2012

Original solução de D. Rigoberto para arrumação de livros



“Os quatro mil volumes e as cem gravuras que possuo são números inflexíveis. Nunca terei mais, para evitar a superabundância e a desordem, mas nunca serão os mesmos, pois ir-se-ão renovando sem cessar, até à minha morte. O que significa que, por cada livro que acrescento à minha biblioteca, elimino outro, e cada imagem – litografia, madeira, xilografia, desenho, ponta-seca, mixed media, óleo, aguarela, etc. – que se integra na minha colecção desaloja a menos favorecida das restantes. Não lhe escondo que escolher a vítima é árduo e, às vezes, pungente, um dilema hamletiano que me angustia dias, semanas, e que depois os meus pesadelos reconstroem. Ao princípio, oferecia os livros e gravuras sacrificados a bibliotecas e museus públicos. Agora queimo-os; daí a importância da chaminé” (Os Cadernos de Dom Rigoberto - pág.18)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Pensamentos de um escritor


"Imaginar coisas era demasiado fácil para mim, era como dançar sobre uma fina camada de gelo, como fazer piruetas em cima de uma prancha frágil que vogasse num mar com milhares de metros de profundidade. Por debaixo da superfície, havia algo de escuro e frio a ameaçar-me." (Pág. 21)

"Em criança passei muito tempo sozinho. E fui passando mais horas sozinho à medida que fui crescendo. Adorava estar só, apreciava muito a meditação solitária. Com o passar do tempo, concentrei-me cada vez mais em imaginar enredos para livros, cinema e teatro." (Pág. 50)

"Construir enredos não passava de um hobbie, uma espécie de vício ou anomalia. Há quem colecione moedas ou selos. Eu colecionava as minhas próprias ideias" (Pág. 61)

Do livro "O Vendedor de Histórias" de Jostein Gaarder, que estou a ler.
A gostar muito!

domingo, 11 de novembro de 2012

O Pior Livro - a minha estreia

A convite do Miguel Chaíça do blogue N Livros, que costumo acompanhar, escrevi um texto com o meu parecer sobre um livro que considero mau. Para mim esta foi uma nova experiência que considero enriquecedora.
Falar mal, neste caso escrever, também é estimulante, e fez-me pensar que é importante reflectir sobre os pontos menos positivos de todos os livros, mesmo daqueles que considero muito bons ou de que gostei muito. Focar todas as perspectivas é importante para aguçar o espírito crítico, desenvolver a originalidade e escrever melhor.
Transcrevo abaixo o meu texto, já publicado aqui.


Não me é fácil eleger um livro como o pior que alguma vez li. Simplesmente porque quando um livro não me interessa não o leio, deixo de parte, sem qualquer preocupação ou culpa por não chegar à última página. Pensei em escrever sobre um desses livros inacabados e desinteressantes que tenho vindo a deixar pelo meio, ou por vezes quase no início. Mas não achei certo, comecei a imaginar que um desses livros, umas páginas após o meu abandono, pudesse tornar-se algo fantástico. Seria muito injusto fazer uma má avaliação de um livro que, se eu tivesse insistido, me tivesse maravilhado e surpreendido.
Então, para evitar essas injustiças e possíveis pesos na minha consciência, decidi escrever sobre um livro que não gostei mas que li até ao fim. O esforço foi grande e a desilusão ainda maior.
Já li vários livros do José Rodrigues dos Santos e acho-os todos maus, apesar de alguns me terem proporcionado um certo entretenimento. “O Sétimo Selo” é péssimo; é o meu eleito para esta “cantiga de escárnio e maldizer”.
O meu interesse nesta leitura tem a ver com o tema – o aquecimento global e o futuro do abastecimento energético, e com a promoção que foi feita tendo como cenário a Antártida. Sinceramente achei que toda a ação do livro decorresse na Antártida, pela capa do livro, mas principalmente pela publicidade (enganosa) que foi feita com o próprio autor na Antártida. Lembro-me que, na altura, houve inclusive um suplemento da revista Volta ao Mundo com a viagem que o autor fez a esse ermo gelado para se inspirar na escrita do livro.
A Antártida fascina-me muito e deixei-me levar por essa ideia. Quando me apercebi que apenas seria feita uma curta referência inicial senti-me enganada.
Depois foi ler 500 páginas em que o autor se repete ao ponto de se tornar maçador, coloca informação “científica” de modo descabido – senti-me como se estivesse a dar uma volta num parque e de repente caísse dentro de uma enciclopédia, do nada surge excesso de informação trabalhada à pressa e que só serve para encher.
Não posso deixar de referir os lugares-comuns, o exagero de banalidades e cenas descritas sem a mínima envolvência literária. Um texto cru, sem beleza, que não me proporcionou prazer na leitura.
Há também a referir o personagem deprimente, Tomás Noronha, uma espécie McGyver tótó, que se safa das situações mais insólitas sem que se perceba como, e ainda chateia com os seus problemas pessoais e familiares.
Confesso no entanto a minha admiração pela capacidade de produzir livros de José Rodrigues dos Santos. Penso que tem editado um livro por ano, e todos com centenas de páginas, mantendo em paralelo uma atividade profissional intensa. Há quem diga (quem é mesmo muito mau, muito pior do que eu) que não é ele que os escreve, que existe uma equipa que faz toda a investigação e põe os livros em marcha. Não é descabido se pensarmos um pouco nisso mas sinceramente não me interessa. Não penso voltar a ler livros dele.
Maçador e desinteressante, este “O Sétimo Selo” é possivelmente um dos grandes culpados por eu decidir abandonar algumas leituras. Podem chamar-lhe trauma, mas a verdade é que com tantos livros para ler não vale a pena perder tempo a fazer sacrifícios.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O Favorito do mês - Outubro 2012


Escolha óbvia? Nem por isso. Apesar de gostar muito de Ken Follett, este mês houve outra leitura que me fez ponderar a decisão do favorito: "Verão sem Homens" de Siri Hustvedt.
No entanto, "O Inverno do Mundo" prevalece como favorito do mês, ou talvez até do ano. Gostei muito. 


sábado, 3 de novembro de 2012

Novos Habitantes - Outubro 2012


Estantes oficialmente lotadas! Feliz mas preocupada. Procurando solução.
Falta um livro na foto: "O Último Minuto na Vida de S." de Miguel Real. Fora de casa por empréstimo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Casa del Libro - Madrid

 Gostei muito de visitar esta livraria, principalmente pelo conceito de arrumação dos livros nas estantes. Fascinante para quem, como eu, se depara com problemas de falta de espaço para arrumar livros.
Reparem que a estante da frente é móvel, circula num carril, e por trás... mais uma estante cheia de livros!
Praticamente no mesmo espaço o dobro dos livros.
Mais uma perspectiva. Apenas uma amostra. Esta livraria tem 3 andares!

domingo, 28 de outubro de 2012

Librerias Cuesta de Moyano - Madrid


Um local de exposição de livros permanente num local pedonal a isso destinado. Uma sucessão de barraquinhas de livros de alfarrabistas rodeadas por árvores, dentro da cidade mas com ambiente que inspira a calma. A maioria estava fechada quando visitei, mas adorei conhecer.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Biblioteca Nacional - Madrid


Quem gosta de livros procura-os em todo o lado e as viagens não são exceção. Numa recente viagem a Madrid a Biblioteca Nacional foi, claro, uma visita obrigatória. Infelizmente não se pode fotografar no interior, fica um dos registos do exterior, que é lindíssimo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Curso de Escrita Criativa


Uma experiência nova que me agradou e marcou. Se será um ponto de partida ou um "empurrão" ainda não sei, mas que aguçou (mais) a minha paixão pela leitura e pela escrita não há dúvidas.

domingo, 14 de outubro de 2012

Verão sem homens - Siri Hustvedt - alguns excertos


"Despidos de intimidade e vistos de uma distância considerável, todos nós somos personagens cómicas, bufões ridículos que andamos aos tropeções pela vida, fazendo disparates atrás de disparates à medida que avançamos, mas quando nos aproximamos, o ridículo depressa se funde no sórdido ou no trágico ou no meramente triste. Não importa se estamos enterrados num cu de Judas como Bonden ou a passear pelos Champs-Élysées." (pág. 89)

"O tempo é uma questão de percentagens e de crença. Para quem a meio da vida tinha seis ou sete anos, o tempo que esses seis ou sete anos demoram a passar parece maior do que meio século para um centenário, porque os jovens sentem o futuro como interminável e normalmente vêem os adultos como membros de outra espécie. Só os idosos têm acesso à brevidade da vida." (pág. 111)

"De repente, tive pena de todos nós, seres humanos, como se tivesse sido subitamente transportada para o céu e, como um omnisciente narrador num romance do século XIX, contemplasse lá de cima o espetáculo da humanidade imperfeita a desejar que as coisas fossem diferentes, não completamente diferentes, apenas o suficiente para nos poupar apenas um pouco de dor aqui e ali." (pág. 153)

Um livro


"Um livro é uma colaboração entre quem lê e aquilo que lê e, no seu melhor, essa reunião é uma história de amor como qualquer outra."

Siri Hustvedt - "Verão sem homens" (pág.170)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Favorito do mês - Setembro 2012


Este mês foi difícil decidir pois dois dos livros lidos, apesar de muito diferentes, me agradaram muito.
Depois de muita ponderação o favorito é "As Memórias Secretas da Rainha D. Amélia" de Miguel Real, em vez de "O Mundo Invisível" de Shamin Sarif, por me agradar mais a escrita do autor.
Opinião aqui.

domingo, 30 de setembro de 2012

Novos Habitantes - Setembro 2012


Setembro foi um mês em cheio no que toca a novos habitantes. Desde as Feiras do Livro que não tinha uma pilha destas!
Difícil resistir a tantas promoções e ofertas, bem como à grande esperada novidade "O Inverno do Mundo".

sábado, 29 de setembro de 2012

Dose Diária de Literatura


"Para ser feliz, tenho de ter a minha dose diária de literatura.. Nisto não me distingo do paciente que tem de tomar uma colher diária de remédio. Quando, ainda criança, soube que os diabéticos precisavam de uma injecção diária, tive pena deles, como qualquer pessoa teria; talvez tenha até pensado neles como estando já meio mortos. Sendo assim, a minha dependência de literatura faz com que também eu esteja meio morto."

Orhan Pamuk - "O Autor Implícito" - Outras Cores, pág. 17

domingo, 23 de setembro de 2012

As minhas estantes


Foi com muito prazer que participei na iniciativa “As Minhas Estantes” do blogue Página a Página. Muito obrigada ao Nuno chaves pelo interesse e, acima de tudo, por estas ideias criativas de partilha de tudo o que tem a ver com a paixão dos livros.
Aqui transcrevo o texto que escrevi para ele, e publico apenas uma foto da minha estante favorita – a dos livros por ler, por me fazer sonhar com tudo o que ainda está para vir.
Leiam e vejam todas as fotos aqui, muito bem “encaixadas” no texto pelo Nuno.

As estantes são as casas dos meus livros. Para quem adora ler, e tem verdadeira paixão por livros, é fundamental ter tudo organizado e arrumado.
Quando escolhi as “casas” dos meus livros não me preocupei muito com a estética, confesso que já são umas centenas e preocupei-me em adquirir estantes robustas e que levassem muitos livros, não só a pensar na quantidade atual, mas também a pensar no futuro. E como pensa um viciado em livros? Quero mais! Sempre mais!
Decidi-me pela estante Billy do Ikea, se calhar não devia fazer publicidade mas não me importo. Afinal a estante Billy é a estante por excelência de quem tem muitos livros (e fundos limitados). São simples e há em várias cores, com a possibilidade de escolher alguns acessórios. Decidi-me só pela(s) estante(s), sem portas e/ou luzes. Tenho em três cores diferentes.
Na sala de estar (para admirar os livros enquanto estou no sofá) as estantes são em carvalho. Nestas estantes guardo os livros que já li, ou aqueles que não finalizei (não são muitos mas acontece), ou seja, livros que já me passaram pelas mãos mesmo que não tenha sido uma leitura feliz. Todas as minhas estantes estão organizadas por ordem alfabética de autor, pelo apelido. Mais facilmente retenho o nome do autor do que o título do livro, assim os que são do mesmo autor ficam todos juntos e eu oriento-me com relativa facilidade.
Ainda na sala faço algumas distinções no espaço. Distingo os autores nacionais dos estrangeiros (traduzidos), tenho uma área para livros de viagens e outra para alguns livros de arte e outras coisas que não têm um padrão, como é o caso do livro da Mafalda, que adoro!
No corredor a estante é branca. Nesta estante estão os livros por ler. É neste espaço que me perco a pensar e decidir qual a minha próxima leitura, a sonhar com o que me reservam as centenas de páginas em espera. Adoro esta estante, chego até a sonhar com ela. O método de organização é o mesmo, ordem alfabética de autor, e reservo a prateleira de cima aos autores nacionais.
Tenho gosto em ter um espaço especial para os nossos autores. Adoro a língua portuguesa, poucas há tão ricas e completas de vocabulário. Temos excelentes autores, gente que escreve mesmo muito bem. É a minha pequena homenagem a quem se dedica apaixonadamente às letras no nosso país. Penso que os nossos autores merecem mais apoio e, acima de tudo, merecem mais leitores. Por isso me dá tanto prazer divulgar e ler livros de autores nacionais.
No escritório a estante é em preto-castanho. Apenas um pequeno espaço para livros de saúde e auto-ajuda.
Além das estantes mantenho um registo informático de todos os meus livros, organizado da forma que já referi, e que vou atualizando há medida que a coleção cresce. Cada livro que entra nesta lista tem uma nota “por ler”, uma vez lido é libertado desta nota.
O que tenho ainda não se pode chamar de biblioteca mas confesso que tenho algumas aspirações a isso. Para já é um modesto conjunto de livros, alguns que o passar do tempo faz aumentar a estima, outros com os quais já não me identifico tanto. É mesmo assim, o leitor tem fases e olhando para trás por vezes identifico algumas fases literárias menos positivas. Seja como for todos continuam a ter o seu lugar na estante, dificilmente me desfaço de livros, todos juntos são o meu percurso como leitora, são horas que passei a fazer o que mais gosto, que me diverti, aprendi, cresci.

sábado, 22 de setembro de 2012

Orhan Pamuk - Excerto de um artigo publicado na revista "New Yorker"


"O escritor é alguém que passa os anos, pacientemente, a tentar descobrir um segundo ser dentro dele, e o mundo que o faz ser como é. Quando falo de escrever, a primeira imagem que me vem à cabeça não é um romance, poema, ou tradição literária; é o da pessoa que se fecha num quarto, senta-se numa mesa e, sozinha, vira-se para dentro. Entre as suas sombras constrói um mundo novo com palavras."

"A pasta do meu pai", de Orhan Pamuk

domingo, 9 de setembro de 2012

Suportes originais


Apesar de não utilizar suportes para os livros, pois todo o espaço livre é utilizado com os próprios livros, gostei muito destes produzidos pela Knob Creek Metal Arts. Obrigada à Estante de Livros por me ter dado a conhecer, não resisti também eu a divulgar dois exemplos. 






segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Novos Habitantes - Agosto 2012


Destes 3 falta ler "As Memórias Secretas Da Rainha D. Amélia". Acho que deve ser bastante bom!
Os outros são ótimos!

domingo, 2 de setembro de 2012

5 anos a escrever sobre livros


Primeiro foi a vontade de ler. O gosto pelos livros, de os ter na mão, de antever que histórias contariam, de os descobrir. Depois o desejo de falar sobre as leituras, as emoções, a descoberta de novos autores, aquela edição especial. E ainda o gosto pela escrita. Uma associação que, há 5 anos, me levou a dar início ao blogue planetamarcia.
Começou quase como uma brincadeira. Uma forma de partilhar este amor aos livros. Ao longo destes 5 anos ganhei (ainda) mais gosto pela leitura, adquiri (espero eu) alguma capacidade de me expressar e escrever melhor, conheci pessoas tão apaixonadas (ou mais) pelos livros como eu, conheci autores, editores, estabeleci contactos e parcerias.
Agradeço aos que estão do lado de lá, que me leem e comentam, sugerem e opinam. Que gostam de saber o que se passa e o que aí vem. Que tanto vibram com as novidades como com a leitura do que está na estante há anos. Que gostam de cheirar os livros e levar horas numa livraria e escolher o exemplar mais perfeito. Que não têm vergonha das manias nem de ler em qualquer lado. Que se orgulham de passar uma noite em branco só porque não dava para parar de ler.
Obrigada por se terem vindo a dar a conhecer ao longo destes 5 anos. Por partilharem emoções.
As minhas melhores saudações literárias a todos!

domingo, 5 de agosto de 2012

O Favorito do mês - Julho 2012


Simplesmente adorei este livro! Uma história fantástica muito bem contada. Já tinha lido "A Ilha", da mesma autora, que também achei arrebatador. Fica agora a curiosidade de ler "O Regresso"!
Opinião aqui.

Novos Habitantes - Julho 2012


Depois de meses de consumo intenso, Julho permitiu libertar algum (pouco) espaço na estante.
A estes dois há a acrescentar "A Arca" que, apesar de ter vindo para cá morar em Julho, foi de férias (empréstimo).
Dos três livros li dois. Falta o "Milagre". Curiosa.

domingo, 8 de julho de 2012

O Favorito do mês - Junho 2012


Junho foi um mês de excelentes leituras. Não é fácil escolher um livro preferido. Mas dada a intensidade, a forma como me marcou e ficou em mim, "Sopro do Mal" é o eleito.
Opinião aqui.

sábado, 7 de julho de 2012

Para (quase) nunca parar de ler!


O propósito deste suporte é outro - computador portátil. Mas eu adaptei e é muito útil.
Para ler ao mesmo tempo que se fazem outras coisas. Ou sou só eu que leio enquanto como?

domingo, 24 de junho de 2012

Verão Quente - Domingos Amaral - Excerto


"- É isto que é importante. As pessoas. As ideologias nada significam. não interessa se somos comunistas, socialistas, sociais-democratas, liberais, conservadores, nacionalistas, fascistas... Nada disso vale um chavelho comparado com o sorriso das nossas filhas ou das nossas netas. Nada disso vale nada comparado consigo, comigo, com a Julieta... As pessoas é que interessam, não são as ideias dos intelectuais iluminados, que só trazem mal ao mundo!" (pág. 284)

sábado, 23 de junho de 2012

Ler é viajar. Ler é conhecer.


Desconheço o autor desta imagem mas gostei tanto que não resisti a publicar.
Bom fim-de-semana cheio de viagens pelas páginas dos livros!

domingo, 17 de junho de 2012

Sopro do Mal - Donato Carrisi - Excerto


"Mas se calhar morrer jovem é o destino que Deus reserva aos seus piores filhos. Então, talvez as crianças que ele salvava se pudessem transformar em assassinos ou em serial killers. Provavelmente o que fazia estava errado. Se alguém tivesse matado Adolf Hitler ou Jeffrey Dahmer ou Charles Manson quando ainda usavam fraldas teria realizado uma boa ou má acção? Mas os seus assassinos teriam sido castigados e condenados por isso e não celebrados como salvadores da Humanidade!
Conclui que o bem e o mal muitas vezes se confundem. Que um, às vezes, é instrumento do outro e vice-versa." (pág. 197)

domingo, 3 de junho de 2012

O Favorito do mês - Maio 2012


Uma escolha difícil pois foi um mês de excelentes leituras! Escolhi como favorito "A Mulher-Casa" por ter sido o que mais me marcou, o que mais tempo ficou em mim depois de fechar a última página. Excelente!
A minha opinião aqui.

Novos Habitantes - Maio 2012


Não sei como se juntaram tantos este mês! A culpa é da Feira do Livro de Lisboa, os livros colavam-se a mim... e falta aqui um - "Inquietude" de William Boyd.

sábado, 2 de junho de 2012

Feira do Livro do Porto 2012

Acabadinha de chegar da Feira do Livro do Porto!
Uma noite muito agradavel na excelente companhia do meu marido e de Numa de Letra.
Obrigada a ambos pelas excelentes conversas ao jantar e pelo passeio a um dos meus locais favoritos: Feiras do Livro!!!


As tentações são muitas e deixei-me levar por 2 livros do dia do GPE: "O Seminarista" e "Sopro do Mal".
Não sei se era por ser ainda início de Feira mas havia imensos marcadores de livros disponíveis; agradeço ao GPE pela a generosidade!



Comprei um outro livro...do qual fiz um post especial aqui.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Livros no Dia Mundial da Criança



Livros para a minha sobrinha Francisca neste dia especial. Divertimo-nos muito com o Carteiro Paulo!
Feliz Dia Mundial da Criança!